Por causa do jogo, mais adolescentes vão para a escola sem dormir
O aumento da publicidade nas redes sociais de casinos virtuais e apostas online representa um negócio para eles. O risco de falta de regulamentação e o aumento de influenciadores que se unem na promoção destas práticas – muitas vezes clandestinas – fazem com que a informação fique ao alcance dos adolescentes.
Neste sentido, o programa Jogo Responsável do Instituto Provincial de Lotarias e Casinos (Iplyc) realiza palestras sobre prevenção de dependências em estabelecimentos de ensino públicos e privados da província. Como salientaram, durante as palestras cada vez mais professores comentam que detectam casos de dependência de jogos online, entre outros produtos digitais.
“Vários professores comentam que as crianças chegam às aulas com sono ou adormecem porque ficam acordadas até tarde em frente à tela sem o controle de um adulto. As vezes que contactamos as escolas para perguntar se desejam receber as palestras, afirmam que este tipo de encontros que convidam à reflexão sobre as dependências são muito importantes porque há consumo de substâncias desde o ensino primário e secundário, dependência de ecrãs, videojogos , celulares e redes sociais”, disse a psicóloga Isabel Zilveti, responsável pelo programa.
Ao mesmo tempo, detalhou a importância de conscientizar os pais sobre a necessidade de um bom sono e descanso para que os filhos possam realmente aprender no dia seguinte. “O celular não substitui o cuidado e a atenção de um pai ou mãe ou cuidador. É uma ferramenta que deve ser usada como ferramenta e não como item de uso diário. Trabalhamos também as emoções e a importância de validá-las e entender porque algumas coisas acontecem. Os adolescentes, principalmente, estão no limite e é bom que identifiquem suas emoções e saibam administrá-las”, explicou Zilveti.
Jogo Responsável
O Instituto Provincial de Loterias e Cassinos criou o Programa Jogo Responsável há alguns anos. Uma área dedicada à prevenção do transtorno do jogo. A partir deste programa são propostas novas medidas regulatórias para as diferentes salas de jogo, sejam elas casinos, salas de slot machines, apostas hípicas e desportivas, ou salas de jogo online.
Durante o primeiro semestre, conseguiram chegar a 4.449 alunos de 77 estabelecimentos de ensino com palestras de prevenção. Segundo o encarregado pelo setor Jogo Responsável, o programa contacta as escolas mas em muitos casos são os professores que solicitam ou sugerem outra instituição onde trabalhem.
Para acessar esse tipo de palestra de prevenção para todos os tipos de substâncias, objetos e comportamentos, você pode solicitar informações pelo telefone 3764-683173.
Por sua vez, o Ministro da Prevenção da Dependência e Controle de Drogas, Samuel López afirmou que ainda falta consciência da sociedade para compreender que as apostas geram um tipo de comportamento problemático.
“Atribuo isso à oferta publicitária de jogos online, que é algo que tem aumentado nos últimos meses. O consumo problemático é qualquer consumo que, estando ou não envolvido uma substância, gera dependência não só física, mas também psicológica, e é por isso que trabalhamos não só com substâncias, mas com objetos e comportamentos viciantes.”
No país (Argentina)
Relativamente a outras províncias, os professores também detectaram que os alunos passaram várias horas imersos no ecrã. Conforme noticiado no meio de comunicação Perfil, em Córdoba pediram que os pais controlassem mais o uso do celular dos filhos.
“A situação é protagonizada por adolescentes entre os 14 e os 17 anos que, entre as 23h00 e as 2h00, utilizam aplicações e sites de casino, roleta, apostas e jogos desportivos, entre pares ou em casa. Muitas vezes utilizando contas de carteiras virtuais como Mercado Pago, Ualá e outras”, diz a nota.
O vice-diretor da escola Obispo Caixal disse ao Perfil que a instituição está trabalhando em um projeto de prevenção de dependências por meio de oficinas. Quando perguntaram aos rapazes quais são os seus principais consumos atualmente, eles responderam que são os casinos e as apostas online.
“Emitimos um comunicado às famílias. Precisamos que eles estejam atentos, que os pais saibam como administram o seu dinheiro porque têm carteiras virtuais e através desses meios fazem apostas”, acrescenta Silvina Brochero, diretora da escola.
De acordo, vários meios de comunicação de diferentes províncias reflectem que em todo o país este comportamento problemático está a aumentar, principalmente entre adolescentes do ensino secundário.
Autoexclusão em casos extremos
A autoexclusão é um procedimento voluntário que está disponível nos casinos Iplyc para pessoas que consideram patológica a sua forma de jogar. A sua duração é de dois anos, período em que os casinos estão habilitados a restringir a entrada de pessoas autoexcluídas nas salas de apostas hípicas e nas plataformas de jogos online de que são proprietários.
“Esta é uma medida complementar para ajudar a resolver o problema do jogo e não uma solução em si. A autoexclusão será mais útil na medida em que seja acompanhada de algum tratamento psicológico, terapias de grupo como Jogadores Anónimos, técnicas alternativas como meditação, relaxamento, entre outras”, começaram pelo programa.
O procedimento pode ser realizado no escritório do programa Jogo Responsável, das 7h às 13h, no segundo andar da Rua Félix de Azara 1871, em Posadas.
“Entramos em contato com os apostadores depois de algumas semanas para avaliar se essa ferramenta de suporte adicional era útil. Conversamos sobre a importância de conversar com as pessoas ao seu redor sobre os problemas que você está enfrentando. Depois, se uma pessoa entra no casino, é elaborado o chamado relatório de detecção que chega até nós, notificando que uma pessoa autoexcluída entrou no casino e foi obrigada a retirar-se”, acrescentou Zilveti. Da mesma forma, referiu que maioritariamente pessoas com cerca de 40 anos e não adolescentes solicitam a autoexclusão.
***FONTE: El Territorio
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